Eleições municipais e renovação do crime organizado

Entre vários fatos que marcaram as eleições municipais do Rio de Janeiro, certamente os 22 mil votos que elegeram Carminha Jerominho (PTdoB) vereadora são significativos para o entendimento da atual estrutura do poder local no Rio: o poder exercido pelas milícias e pelo narcotráfico.

Não há novidades na relação entre o poder de Estado e o crime organizado, a relação entre jogo do bicho, grupos de extermínio e as mais variadas máfias (muitas organizadas no interior do próprio Estado) e o poder das instituições da democracia burguesa são antigas. O que observamos é uma atualização e um aprofundamento dessa relação a partir das milícias e do narcotráfico.

A "abertura política", iniciada na década de 1980 e consolidada na década seguinte, que reintroduziu a democracia burguesa no Brasil sob a exegese do neoliberalismo provocou uma reorganização dos mecanismos de confluência entre o crime organizado e o poder de Estado. Durante a Ditadura Militar o crime organizado estava associado e/ou a mando do poder político estatal. A democratização burguesa permitiu a não só a participação das lideranças do crime organizado nas eleições, mas também sua vitória nos pleitos. Houve uma descentralização do exercício do crime organizado.

A eleição de Sergio Cabral (PMDB), em 2006, com apoio dos principais grupos políticas, empresariais, midiáticos, eclesiásticos do Rio de Janeiro e do Governo Federal fez com que houvesse uma mudança na cúpula da Segurança Publica iniciando uma reformulação do crime organizado e do esquema montado pelo ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) e o ex-chefe da Policia Civil, Álvaro Lins.

Com todo esse apoio o novo governador, com apoio do governo federal, realizou as espetaculares invasões de favela antes do Pan de 2007, no inicio do governo. Ações que foram um verdadeiro massacre e um total fracasso em termos de combate ao tráfico.

Os dois candidatos que concorreram ao segundo turno das eleições cariocas buscaram apoio de candidatos ligados ao crime organizado e tiveram expressiva votação na Zona Oeste. A ocupação militar nas favelas para impedir a ação das milícias e do tráfico não adiantou nada, só serviu mais uma vez para "demonstrar" um suposto combate ao narcotráfico.

Nas últimas eleições municipais ficou evidente o poder destes grupos com a eleição de candidatos ligados ao narcotráfico, como Chiquinho Brazão (PMDB): 37 845 votos e Claudinho da Academia (PSDC): 11513 votos e ligado as milícias como Jorginho da S.O.S (DEM): 18.557 votos, Carminha Jerominho (PT do B): 22.068 votos, Elton Babú (PT): 11.279 votos e Cristiano Girão (PMN): 10.445.

As recentes trocas no comando políticas da cidade com ajuda fundamental dos currais eleitorais controlados pelas milícias demonstram a articulação entre o crime organizado e o Estado, com seu beneplácito, uma vez que parlamentares, policiais e membros do alto escalão do Estado participam do crime organizado. Que serve muito bem a burguesia para manter o povo dominado e subjugado.


Operadores de telemarketing:

entre a exploração patronal e o sindicalismo pelego


O setor de tele-atendimento é um dos que mais crescem no país e conseqüentemente é um dos que mais empregam atualmente no Brasil, porem a realidade dos call centers é a de baixos salários, de demissões em massa, de liquidação dos direitos conquistados e de extrema pressão para o alcance de metas absurdas, todos esses problemas são conseqüência da terceirização de serviços que vem fragmentando e explorando a mão-de-obra da classe trabalhadora. Hoje mais do que nunca se faz necessário à organização e a ação direta dos trabalhadores contra a exploração patronal, porém os sindicatos que dizem estarem fazendo a luta estão estagnados no imobilismo da via jurídica e do parlamentarismo burguês.

De um lado temos o Sinttel-Rio que promove descaradamente os políticos do Partido dos Trabalhadores e que faz papel de advogado do Governo Lula além de praticar um sindicalismo pelego com uma diretoria burocrática afastada dos trabalhadores que deveria representar. De outro lado temos o Sintelmark com um sindicalismo corporativista, assistencialista e de conciliação de classes e que se quer possui uma história de luta.

Nós trabalhadores devemos criar nossa própria alternativa de luta, nos organizando em nossos locais de trabalho, e que seja independente de sindicato, políticos ou governo, pois a história mostra que a vitória da classe trabalhadora somente é possível através da luta combativa e classista dia após dia.


Avante a Organização dos Trabalhadores!!

Viva a Luta Classista e Combativa!!!!!!