12/11/09 - 10h14 - Atualizado em 16/11/09 - 10h35

SUNRISE ficou 5 dias na estratosfera em junho, levado por um balão.
Equipamento acumulou 1,8 terabyte de informação.

Do G1, em São Paulo

 

Foto: MPI für Sonnensystemforschung

Imagens divulgadas pela Sociedade Max Planck para o Avanço da Ciência mostram a granulação da superfície solar em quatro diferentes comprimentos de onda. A imagem cobre a superfície solar numa escala de 1 sobre 20 mil (Foto: MPI für Sonnensystemforschung)

O telescópio SUNRISE, construído por um consórcio liderado pelo Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar, na Alemanha, registrou imagens da superfície da estrela em um nível de detalhe inédito. Movimentadas por campos magnéticos, porções de gás sobem e descem e nuvens de matéria são ejetadas, dando à superfície solar sua estrutura granulada. O equipamento, com mais de 6 toneladas, foi lançado de uma base na Suécia em 8 de junho e levado por um balão de hélio de 130 metros de diâmetro a uma altitude de 37 quilômetros.

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De lá, na camada da atmosfera conhecida como estratosfera, as condições de observação são similares às presentes no espaço: as imagens não são prejudicadas por turbulência e a câmera pode dar zoom em luz ultravioleta, que de outro modo seria absorvida pela camada de ozônio. As variações na radiação solar são particularmente pronunciadas em luz ultravioleta.

Separado do balão, o SUNRISE desceu de paraquedas em 14 de junho, pousando na Ilha Somerset, em território canadense.

O trabalho de análise dos dados colhidos, que somam 1,8 terabyte, está apenas começando. Um dos aspectos que interessam os cientistas é a conexão entre a força do campo magnético e o brilho de pequenas estruturas solares. O campo varia em um ciclo de atividade solar de 11 anos. A presença maior dessas estruturas causa um aumento do brilho solar, resultando em um maior input de calor sobre a Terra.

Antes da rápida mas importantíssima missão do SUNRISE, os processos físicos agora observados só podiam ser simulados por meio de modelos computacionais complexos. “Esses modelos podem agora ser contextualizados em uma sólida base experimental”, explica Manfred Schüssler, cientista do Instituto Max Planck.

O grupo de pesquisa envolve também o Instituto Kiepenheuer para Física Solar, o Observatório de Alta Altitude em Boulder (Colorado), o Instituto de Astrofísica de Canárias (Tenerife), o Laboratório Solar e de Astrofísica da Lockheed-Martin em Palo Alto (California), o Complexo de Balões Científicos da Nasa e o Centro Espacial ESRANGE, na Suécia.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1376224-5603,00-IMAGENS+INEDITAS+OBTIDAS+POR+TELESCOPIO+ALEMAO+MOSTRAM+SUPERFICIE+DO+SOL.html